A revolução gramscista: o domínio e a centralização das consciências


Dimas Márcio Oliveira Trindade

O Brasil é um país socialista. Tal afirmação pode soar mentirosa e conspiratória para quem não conhece o processo revolucionário elaborado por Antonio Gramsci, no qual a classe revolucionária é composta por intelectuais responsáveis por difundir uma nova cultura na mente dos povos. A revolução gramscista não é essencialmente política, mas sim cultural e psicológica.

A nova cultura que é instalada na sociedade é baseada no marxismo, nas ideologias de classe, que não são mais resumidas apenas ao interesse de uma classe econômica (proletariado). Abrangem agora, todo um conjunto de grupos e classes da sociedade, que são supostamente "oprimidos" pela cultura ocidental e capitalista. Os responsáveis por difundir essas ideologias de classe, são os denominados intelectuais orgânicos. Que também podem ser vistos como robôs, e que, na verdade, nem prescisam ser tão intelectuais assim, basta serem orgânicos (difundir e representar o ideal de classe), cumprindo seus deveres na revolução. Podem simplesmente gritar e espernear em nome do interesse da classe que serão aplaudidos pela sociedade já dominada pela nova cultura.

A revolução ocorre por meio da instauração de uma hegemonia psicológica e cultural revolucionária. Ou seja, o controle da opinião pública sendo exercido pela classe revolucionária, que irá reformar o senso comum da população de acordo com os ideais de classe. Os intelectuais orgânicos passam a agir sistematicamente em todos os meios de comunicação para reformar de maneira lenta, progressiva e com a sutileza de agentes secretos malignos, o pensamento da sociedade. Escolas, universidades, cinemas, novelas, jornais, revistas e demais canais de comunicação passam a ser completamente dominados pelos intelectuais orgânicos, que de maneira secreta, quase imperceptível, irão difundir as idéias revolucionárias e a consciência de classe. Daí, o gayzismo, o feminismo, o LGBTismo, os movimentos de ativismo negro e demais doutrinas coletivas, são difundidas, aplaudidas, cultuadas e se tornam belas aos olhos de toda a sociedade. Essas ideologias terão sempre o mesmo discurso vitimista e excessivo de "luta contra o preconceito, o racismo, o machismo, a homofobia e o fascismo" (nomes que, na verdade, irão se aplicar a tudo e todos que se opõem ao projeto gramscista). Discurso esse que é demasiadamente tosco, uma vez que, todos, ABSOLUTAMENTE TODOS, os indivíduos estão inseridos, de certa forma, em algum grupo social ou cultural que sofre algum pré-julgamento por parte de algumas pessoas. Mas essa é uma das características da moral gramscista, esmagar o bom senso em nome da mentalidade coletivista revolucionária.

A hegemonia revolucionária é completamente camuflada, assim como todo o processo da revolução cultural. Ela ocorre, mas não se revela em momento algum, se esconde atrás de um "bom-mocismo intelectual em nome das diversidades raciais, sexuais, etc e etc.". A hegemonia revolucionária é como um monstro gigante, que tem em suas mãos, todo o pensamento de uma sociedade inteira e mesmo assim consegue ser invisível aos ditos "olhos-nus". Isso ocorre por razões simples: a revolução socialista não será mais feita por agitadores que pregam uma ideologia política e econômica explícita, ela será feita através da chamada "agressão molecular", onde psicólogos, professores, artistas, jornalistas, cineastas, escritores e demais influenciadores irão espalhar inúmeras idéias dispersas, das mais variadas formas, sem nenhum interesse ideológico aparente, tais idéias irão compor o novo senso comum e farão as pessoas aderirem, aos poucos, à visão marxista e coletivista da sociedade. Antes, o socialismo (como movimento) queria fazer com que a classe proletária se rebelasse e tomasse o poder em nome de seus interesses, hoje, ele fará isso com diversos grupos e classes da sociedade -- ele fará isso com os negros, com as mulheres, com os gays, e demais "minorias" -- de forma lenta, repetida, progressiva, sutil e calma. Agora, eles não irão nas praças chamar as pessoas para aderirem à ideologia da classe, eles irão moldar durante anos e anos, através de todas as formas possíveis, a mente das pessoas para que elas pensem e ajam de acordo com o ideal de classe como se isso fosse natural. Eles irão organizar a sociedade para que seja adepta ao socialismo como bem supremo, antes mesmo de saber o que é o socialismo.

Esse é o objetivo da hegemonia revolucionária: tornar as ideologias de classe nos únicos critérios de moralidade da sociedade. Violência, cinismo, ódio, vitimismo e todo tipo de imundície passa a ser aplaudida desde que seja praticada em nome dos ideais de classe. Em nome do feminismo (ideal de classe), mulheres protestam mostrando os seios em locais públicos, e são aplaudidas pela mídia e pela sociedade por isso. Esse é o processo de radicalização dos ideais de classe. A radicalização é fruto do sucesso obtido pela hegemonia revolucionária em modificar a mente e a cultura das sociedades de acordo com o ideal de classe, tornando-o assim na moral suprema. A partir do momento em que a mídia, a classe política e toda a população passam a aceitar que se cometa toda injustiça e imoralidade em nome das ideologias de classe, a revolução cultural já ocorreu e o ideal revolucionário já é uma realidade presente na cabeça da população.

Os ideais de classe na sociedade serão sustentados por um suposto consenso em nome da "liberdade, da justiça e da igualdade". As pessoas irão aderir à luta e aos ideais de classe porque crêem que o resultado daquilo será um mundo melhor e mais adaptado as regras "morais" que serão justamente a mentalidade coletivista revolucionária. Essa mentalidade coletivista, que é a alma da ideologia de classe, estará impregnada em todas as mentes, em todos os hábitos e em todos os cantos da sociedade. Surge daí uma sociedade na qual não se preza mais pelos valores, pelas condutas e pelas liberdades individuais, preza-se apenas pela luta e pela identidade coletiva das classes. Cria-se um sistema doentio, no qual o ódio ao próximo pode ser justificado em prol da mentalidade e do ativismo de classe. Não é mais necessária a existência da compaixão e do amor ao próximo caso não o sejam para edificar ou promover a ideologia de classe.

Como a cultura e a sociedade já estão completamente dominadas pelos ideais de classe, a revolução se concretiza com a chegada do Estado Ético gramscista. O Estado Ético gramscista ocorre quando o ideal revolucionário, que já se alastrou e captou a mente e o espírito de toda a sociedade, passa a ser legitimado através das leis. No Estado Ético, a mentalidade coletiva, os ideais de classe, o falso e tosco consenso pela "justiça" revolucionária e a substituição dos valores verdadeiros e tradicionais pelos valores imundos e adaptados à consciência coletiva revolucionária já não são mais apenas uma imposição cultural e social midiática. Passam a ser uma imposição estatal. A solidificação do Estado Ético significa A PERDA TOTAL DAS LIBERDADES INDIVIDUAIS, não se pode mais contrariar a lógica e a moral suja dos ideais de classe. Toda a imundície revolucionária tem de ser aceita por todos os indivíduos, independente de suas vontades ou pensamentos, eles são todos obrigados a seguirem e aderirem ao código de conduta revolucionário, sob pena de punição. Se antes a hegemonia revolucionária perseguia, difamava e atacava quem não andasse na linha, agora o Estado aponta suas armas na direção de quem não se converte à fé revolucionária e não corrompe seu próprio espírito com os tóxicos e doentios ideais de classe. Temos aí A CENTRALIZAÇÃO DAS CONSCIÊNCIAS, O ESTADO SERÁ ONIPOTENTE E ONIPRESENTE. Todos falarão em liberdade e democracia, mas nenhuma das duas existirão. Estarão limitadas ao discurso mentiroso que sustentará a nova ditadura socialista.

Se a ditadura socialista a princípio era alcançada através da luta armada e se manteria no poder para controlar o pensamento da sociedade mediante o uso da violência, agora ela se concretiza após um longo período de ação cultural progressiva e de dominação TOTAL do pensamento. Antes, os socialistas tomavam o poder do Estado para impedir que as pessoas divergissem de suas idéias através da força. Agora, eles se infiltram nas mentes e só assumem o poder quando todos forem adeptos à consciência marxista sem ao menos perceberem que foram manipulados para tal.

A revolução cultural ocorre de maneira totalmente CAMUFLADA E IMPERCEPTÍVEL. De modo que, todas as mudanças culturais por ela geradas, serão depositadas na conta do processo histórico, da evolução da sociedade e etc. E é justamente por isso que ela se sustenta. Ela é subestimada e ignorada por praticamente toda a sociedade, o que faz com que ela se alastre e se concretize com a ajuda de todos. Que, como fantoches, crêem que estão cumprindo um mero processo de mudança ocasionado pela evolução. Os revolucionários não promovem uma guerra aberta ao seu inimigo, eles o dominam quando ele já está derrotado. 

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