A liberdade é a mãe da virtude humana


Dimas Márcio Oliveira Trindade

Só pode haver virtude real na prática do bem caso ela seja fruto de uma escolha livre e consciente. Não há virtude em uma pedra que, ao ser solta de um local alto, cai ao chão, respeitando a lei da gravidade, afinal essa é a única coisa que ela poderia fazer; é uma atitude inerente a existência de uma pedra. Objetos desprovidos de vida e animais desprovidos de racionalidade plena agem por obrigação, por incapacidade de agirem de maneira diferente; seguem apenas a informações básicas presentes em suas memórias (instinto) ou a leis inevitáveis da física. Mas o ser humano, não. O ser humano é capaz de agir de diversas maneiras. Ele pode acatar ou desacatar às regras morais. Sendo seres com capacidades morais que ultrapassam o aspecto físico da realidade, vamos além do simples existir, podendo alcançar a dignidade de nossa existência — como se uma pedra tivesse capacidade para descumprir a lei da gravidade e a cumprisse tão somente por uma questão de competência própria, por reconhecer o certo e colocá-lo acima de si, para guiar-se por ele.

Sendo assim, o ser humano difere-se dos outros animais por ser livre e capaz de escolher o certo podendo escolher o errado. Pela sua capacidade de ser mau, o homem bom torna-se digno e virtuoso.

A liberdade nos torna superiores aos outros animais quando seguida pela virtude e inferiores quando seguida pelo vício; ela é a condição necessária para a justiça na existência humana — nos elevamos ou nos rebaixamos graças a ela.

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