Cristianismo: a morte como caminho para a vida


Dimas Márcio Oliveira Trindade

Sócrates, no Fédon, observa que os contrários, como o prazer e a dor, estão de certa forma ligados pelas suas pontas. Inclusive o maior exemplo que ele nos dá é o da vida e da morte. No cristianismo, a morte nos aparece como a forma que temos para alcançar a vida. Para nascer o ser virtuoso é necessário que morra o ser vicioso, o que se repete inúmeras vezes  para um cristão, através da ascese (matar, até certo ponto, o ser animal para que nasça o ser espiritual) ou através do arrependimento (alcançando o perdão, o pecador morre e nasce o imitador de Cristo). Cristo declara isso abertamente em várias de suas falas: "Quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor a mim, achá-la-á." — Mateus 16:25. E mais tarde o faz através do seu próprio processo de morte e ressurreição.

A morte, portanto, nos é como um filtro. Através dela podemos nos guiar em direção ao que é realmente importante — ao que é Eterno e não ao que é perecível e ilusório. Assim observamos a diferença entre o corpo e a alma; entre o terrestre e o Divino.

Comentários

  1. Sim, obviamente, só se pode falar em novo nascimento (Jo. 3) se crermos que fomos incluídos na morte de Cristo.) Não é uma referência à morte nekros, mas à morte thanatos.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. O ato de imitar a Cristo, ou vestir-se Dele, se repete também nisso, na morte.

      Excluir
    2. Obrigado por ler e comentar, professor!

      Excluir

Postar um comentário