A intenção e o amor do lobo pelo cordeiro


Dimas Márcio Oliveira Trindade

A intenção é muito mais importante que a ação externa. Além dela ser ilimitada — o universo externo não pode lhe impor suas leis e fronteiras —, a ação externa é apenas um meio, enquanto ela é o fim. Um dos exemplos que podemos utilizar para observar isso é a afirmação de Sócrates em seu primeiro discurso no diálogo Fedro, na qual compara o amor originado pelo apetite com o amor do lobo pelo cordeiro. É evidente que, de fato, o lobo ama ao cordeiro. A questão é: esse amor por acaso é admirável? Para obter uma resposta, faz-se necessário um exame a respeito não da veracidade ou intensidade de tal amor, mas a respeito do que há guardado no coração do amante (que é o lobo), pois o amor passa a ser somente uma flecha e a intenção o alvo.

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